junho 01, 2011
as crianças
Diz-se que há um tempo de ser criança. Não creio!
Falemos então de crianças. As verdadeiras e as outras.
Primeiro as primeiras. As que, unanimemente afirmamos, enquanto se é, é a melhor coisa do mundo. Julgo que também para o mundo. Porque são a nossa esperança.
São de uma matéria ainda pura, feita de amor incondicional e fazem-nos crescer em ternura e em vontade de trabalhar para melhorar o mundo e os homens. Fazem-nos sobretudo acreditar que isso é possível e, porque acreditamos, conseguimos de facto melhorar muito do que está menos bem feito, destruir o que ameaça destruir-nos e construir de novo o que pode tornar mais belos os dias. Os delas, os nossos e os dos outros.
São o que de melhor existe no mundo, as crianças.
E depois as outras. Aquelas que não perderam o jeito de sorrir com as duas orelhas coladas aos cantos da boca. As que ainda acreditam no poder desse sorriso e por vezes deixam cair sem pudor uma gargalhada no meio de um silêncio feito de adultos. As que, em momentos inusitados, fecham os olhos fingindo cansaço, para poderem sonhar sem dormir. Como se tivessem idade para isso. As que se deixam ficar paradas na rua ou à chuva, indiferentes ao tamanho e a repreensões veladas, apenas porque existe um arco-íris no céu a pedir para ser visto.
Estas outras são menos. Mas não são poucas. Vivem quase sempre mais perto das primeiras. E o mais certo é nunca deixarem de ser assim.
O meu mais sincero afeto vai para as verdadeiras. Para quem desejo o mundo melhor que possa existir. Porque deverá ser sempre delas o que de melhor houver para dar.
Às outras deixo apenas duas orelhas coladas aos cantos da boca. O resto fica-nos em segredo!
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